18 de maio de 2015

Turnover celular – preparo da pele

Turnover celular – preparo da pele





Turnover celular – preparo da pele

Por Isabel Piatti

A renovação epitelial é uma ação natural do organismo, mas também é possível acelerar esse processo por meio da atuação do profissional de saúde estética. Essa é a função do peeling, promover a esfoliação, proporcionando um grau profundo de limpeza, visto que retira a camada superficial da epiderme deixando sua aparência mais lisa e homogênea, além de proporcionar o preparado da pele para receber os ativos cosméticos para o tratamento de outras alterações inestéticas. Para tal procedimento é possível contar com o auxílio de cosméticos que vão atuar por mecanismo físico/mecânico, enzimático ou químico.

Peeling mecânico

Nesse processo a esfoliação é realizada por meio da fricção da substância cosmética sobre a pele, interagindo por ação mecânica pela pressão do ativo e do grânulo entre a pele e as mãos de quem está aplicando o produto, fazendo com que haja a descamação das células que já estão em processo de desprendimento. A esfoliação é superficial e restrita às primeiras fileiras de células que formam a camada córnea. O ideal são grânulos sextavados, que não provoquem microfissuras nem lesões à pele.

Peeling Enzimático

É tido como uma alternativa tecnológica e natural à esfoliação química. Age como um peeling versátil, controlado, seguro e de alta performance. Sua atividade queratolítica se dá de forma suave, mas eficaz, a partir das enzimas, que são proteínas consideradas essenciais em todas as funções biológicas do organismo. Em destaque tem as enzimas derivadas da romã, da qual se obtém o ativo Renew Zyme, e da abóbora, que dá origem ao Pumpkin Enzyme. Ambos cumprem o papel de ação queratolítica e são potenciais agentes clareadores e inibidores de pigmentação.

Ao remover as células mortas, será estimulada a renovação, resultando também em pele mais hidratada e tonalidade e relevo cutâneo uniformes. Esse tipo de peeling apresenta ainda como vantagem o fato de não ser sensibilizante, de ser indicado para todos os tipos e fototipos de pele, inclusive para gestantes, e de não provocar fotossensibilidade, o que o torna propício para uso em todas as épocas do ano, tanto em cabine como manutenção diária.

Peeling com Ácidos

São agentes com poder queratolítico, que levam à microdescamação e consequente regeneração dos tecidos. O objetivo é preparar e/ou afinar a pele, aumentando a permeabilidade e eficiência dos ativos cosméticos que serão aplicados na sequência. Os ácidos atuam basicamente nas primeiras camadas da epiderme e não devem atingir a epiderme viável e a derme, cuja profundidade só pode ser tratada por profissionais especializados.

Em cosméticos é comum a presença dos alfa-hidroxiácidos – AHA (glicólico, mandélico, cítrico, málico, tartárico e o lático) e beta-hidroxiácidos (ácido salicílico). O ácido glicólico, derivado da cana-de-açúcar, possui cadeia molecular pequena e penetre mais facilmente na pele, porém é contraindicado para os fototipos IV, V e VI e gestantes, já que, nessas pessoas, pode potencializar o aparecimento de manchas. No caso do ácido mandélico, o diferencial é a indicação para fototipos altos e também em gestantes, além do uso em qualquer época do ano. Ele é derivado da hidrólise do extrato de amêndoas amargas e sua diferença com relação ao ácido glicólico está no tamanho da molécula, ou seja, a do mandélico é maior. Dessa forma causará menos irritação à pele.

O profissional deve estar atento à concentração dos ativos, sendo que o máximo permitido pela Anvisa no caso dos AHA’s industrializados é de 10% e pH mínimo de 3,5, garantindo assim um respaldo legal, além de enaltecer o profissionalismo na área de saúde estética. O ácido salicílico, com dosagem permitida de até 2% em cosméticos, além de propriedades semelhantes as do AHA, apresenta também função antimicrobiana, ação bacteriostática e fungicida. Alguns ativos consagrados em dermatologia, como o ácido retinoico e o fenol, por exemplo, são proibidos em cosméticos.

Além disso, é preciso cautela no uso, já que a má utilização dos ácidos pode provocar sensibilização, aumentando os riscos de reações indesejadas que podem terminar em cicatrizes, hipo ou hiperpigmentação.

 

Isabel Piatti
Profissioal Aisthesis. Técnica em Estética. Graduanda de Tecnologia de Estética e Imagem Pessoal. Especialista em Cosmetologia. Palestrante no VI Congresso Mundial de Medicina Estética da IAAM/ASIME, 2009, em São Paulo. Palestrante no 8º Congresso Internacional de Medicina Estética e Cirurgia Cosmética em Guaiaquil, Equador, em 2011. Palestrante em Congressos de Estética e Cosmetologia pelo Brasil. Diretora de Treinamentos da Buona Vita Cosméticos. Coordenadora do Departamento de P&D da Buona Vita Cosméticos. Colaboradora técnica de Revistas e sites da área de Beleza e Estética. Autora do Livro Biossegurança Estética & Imagem Pessoal – Formalização do Estabelecimento, Exigências da Vigilância Sanitária em Biossegurança.
E-mail: isabel@buonavita.com.br