30 de junho de 2022

Donos de salões têm dificuldades para encontrar profissionais

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Salões de Beleza (ABSB), divulgada no início do mês de junho de 2022, aponta que 44% dos gestores de salões de beleza entrevistados não têm encontrado profissionais capacitados para repor as suas equipes neste momento de reconstrução após o período mais crítico da pandemoa de Covid-19. O estudo contemplou gestores de salões de diversos estados do país.

"Buscamos divulgar as profissões voltadas para a área da beleza, pois somos o terceiro maior mercado consumidor de produtos para cabelos, o que requer uma procura grande. Este fomento está sendo feito junto às escolas e cursos profissionalizantes para que haja uma maior valorização da profissão, além de melhor capacitação dos profissionais da beleza", afirmou o presidente da ABSB, José Augusto Nascimento.

Segundo Ana Carolina Damasio, analista de projetos e especialista em beleza e estética do Sebrae Rio, este déficit de profissionais deve aumentar. "Sabemos que essa escassez  tende a aumentar, considerando o crescimento dos serviços prestados aos consumidores e a baixa entrada de profissionais na academia e egressos destes cursos profissionalizantes. O que temos feito é movimentar o mercado neste sentido e promover debates e ideação com as partes interessadas para entender e, também, a formação de novos profissionais". 

A pesquisa da Associação também revelou que 35% dos entrevistados revelou que, atualmente, parte da equipe também atende em domicílio sem parceria com o salão. Esta nova realidade foi apresentada durante o fechamento dos empreendimentos de beleza durante a fase mais dura da pandemia, em março de 2020, quando profissionais precisaram buscar alternativas de trabalho para não ficarem parados e nem perderem suas receitas.

Diante desta nova realidade, o Sebrae recomenda a donos de salão que se aproximem de escolas e institutos de formação, onde possam ofertar estágios a novos profissionais e oportunidades para clientes. 

Retomada lenta no pós-pandemia

A pesquisa também apontou uma queda no faturamento dos salões. De acordo com o levantamento, 12% dos pesquisados faturaram, em março passado, 30% menos que em igual período em 2019. Já em relação ao mês de abril deste ano, 11% dos pesquisados faturaram 20% menos do que no mês de abril de 2019, e 31% faturaram mais do que em abril de 2019.

Para Ana Carolina Damasio, essa queda, além do impacto da pandemia, tem relação com a independência dos profissionais que, por muitas vezes, preferem atender em domicílio do que no estabelecimento. A Lei do Salão Parceiro (Lei nº 13.352, de 27/10/2016) permite que esse acordo seja feito entre o empregador e o empregado, o que gera essa independência por parte do profissional.