Outubro Rosa – Tempo de prevenção de Câncer- Não só o de mama!

Você sabia que cabeleireiros tem um risco aumentado para adquirir certos tipos de câncer?

Em 2012 o INCA (Instituto Nacional do Câncer) publicou um estudo que aponta a possibilidade de 19 tipos de câncer estarem associados à ocupação e ao ambiente de trabalho. Cabeleireiros (e funcionários do salão de beleza), pilotos de avião, comissários de bordo, farmacêuticos , químicos e enfermeiros são profissões relacionadas.

Dos 500 mil casos de câncer registrados todos os anos no Brasil, cerca de 20 a 25 mil estão relacionados ao trabalho. Segundo os pesquisadores, a projeção foi baseada em pesquisas europeias, sendo que lá os trabalhadores já contam com uma estrutura mais organizada da saúde ocupacional.
Os tipos mais comuns de câncer associados ao trabalho são os de pulmão, pele, fígado, laringe, bexiga, mama e leucemias.

O que é câncer? Segundo a definição do INCA , é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado , um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao tecido original, raramente constituindo um risco de vida.

Existem vários tipos de câncer, de acordo com o tipo de células, localização, velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir órgãos vizinhos ou distantes (metástases).

O que este estudo sugere em relação ao risco de adquirir câncer para os cabeleireiros?

Cerca de 80 a 90% dos casos de câncer estão relacionados a fatores ambientais: cigarro, consumo excessivo de álcool, exposição ao sol, alguns tipos de vírus como o HPV, tipos de alimentos e exposição a determinadas substâncias químicas como formol.
No documento publicado o INCA relaciona a atividade de cabeleireiro, como fator de risco por exposição a tintas (câncer de bexiga), ao formol (câncer da cavidade oral, faringe a laringe), compostos orgânicos voláteis (que evaporam rapidamente(câncer de mama).
Os cientistas dizem que não é fácil comprovar cientificamente a associação entre a ocupação – cabeleireiro, por entender que existe um grande período de latência (período entre a exposição aos fatores químicos e o diagnóstico do câncer) e a complexidade do ambiente de trabalho do ponto de vista de exposição a substâncias químicas.

E agora ? O que fazer?
Antes de tudo não misture produtos , fugindo ou alterando as recomendações do fabricante. Este é um cuidados que vale a pena repetir sempre. A mistura de produtos não recomendada na bula dos cosméticos, pode produzir substâncias tóxicas, cancerígenas e que não tem o menor respaldo de um químico responsável - que entende o produto na sua intimidade. Sempre utilizar produtos aprovados pela ANVISA e para o uso indicado e para o qual foi fabricado e possui registro. Por exemplo :não usar tinta para cabelo para tingir cílios. Essas devem ter sido testadas oftalmologicamente. E assim por diante. Do ponto de vista ocupacional, todos nós trabalhadores, de qualquer profissão, ou simplesmente por estarmos vivendo mais, e num mundo mais poluídos estamos expostos a agentes carcinogênicos. Mas devemos nos proteger na medida do possível, utilizando os EPI (equipamentos de proteção individual) adequados, manter o ambiente arejado e ir ao médico regularmente, relatando sempre a sua profissão e a que substâncias esta exposto diariamente.

Beleza sim - com saúde, para nós- clientes e para vocês profissionais também!

Um lindo outubro, cada vez mais cor de rosa!

Liliana Junqueira Bióloga e Mestre em Saúde Pública. Coordena o primeiro simpósio de Vigilância sanitária e a sua interface na área da beleza na Hair Brasil.